CORTISOL SALIVAR COMO BIOMARCADOR DO ESTRESSE E SUA CORRELAÇÃO COM A CONDIÇÃO BUCAL EM UMA EQUIPE DE ENFERMAGEM HOSPITALAR
Nome: ALESSANDRA ARTHUSO ALVES
Data de publicação: 14/12/2023
Banca:
Nome | Papel |
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ELIZABETH PIMENTEL ROSETTI | Presidente |
LUCIENE CRISTINA DE FIGUEIREDO | Examinador Externo |
RAQUEL BARONI DE CARVALHO | Examinador Interno |
Resumo: Introdução: O estresse ocupacional representa uma causa significativa de
adoencimento entre os profissionais de enfermagem. O principal sistema hormonal
que está ligado ao estresse é o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, onde ocorre a
síntese e liberação de cortisol. Os tecidos da cavidade oral contêm receptores para
glicocorticóides que reagem à exposições crônicas de cortisol. Objetivo: Investigar
os níveis de cortisol salivar em uma equipe de enfermagem hospitalar e avaliar uma
correlação com as condições bucais clínicas encontradas. Métodos: Trata-se de
uma pesquisa epidemiológica analítica do tipo transversal, realizada em 46
profissionais de enfermagem de um hospital universitário do Espírio Santo. Foi
realizada a coleta de cortisol salivar através do kit Salivette® e as análises pela
metodologia de cromatografia líquida de ultra eficiência e espectrometria de
massas em tandem. O fluxo salivar foi coletado por meio da sialometria não
estimulada e a xerostomia pelo questionário Xerostomia Inventoy (SXI). Os exames
clínicos consistiram na avaliação de cárie dentária pelo índice CPOD e na avaliação
periodontal. O estresse ocupacional foi avaliado pelo Job Stress Scale (JSS).
Resultados: Em nossa amostra, 54,35% dos participantes apresentaram cortisol
normal e 45,65% cortisol baixo. A xerostomia esteve presente em quase totalidade
(93,48%) e 82,61% apresentaram fluxo salivar normal. O índice CPOD da amostra
foi de 13,1 e a prevalência de periodontite de 63,04%. Foi encontrada associação
do cortisol baixo com a xerostomia e com o JSS, no qual o trabalho de alta exigência
teve 23,9 vezes mais chances de apresentar cortisol baixo. Além disso, indivíduos
xerostômicos apresentaram um aumento médio no índice de dentes cariados,
perdidos e obturados. Não foi encontrada associação significativa do cortisol com
fluxo salivar, índice de cárie e condição periodontal. Conclusão: Níveis baixos de
cortisol salivar foram encontrados associados ao estresse crônico e à alta exigência
no trabalho. O cortisol baixo apresentou associação com a presença da xerostomia,
que consequentemente está relacionado à maiores índices de dentes cariados
perdidos e obturados. Não foi encontrada uma associação entre os níveis de
cortisol e a doença periodontal.